António Osório

Portugal — Escritor/Poeta

n. 1 Ago 1933

13 Poemas

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  • Poemas

    A Meus Filhos

    António Osório
    A meus filhos
    desejo a curva do horizonte.

    E todavia deles tudo em mim desejo:
    o felino gosto de ver,
    o brilho chuvoso da pele,
    as mãos que desvendam e ...

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    Amo os Teus Defeitos

    António Osório
    Amo os teus defeitos, e tantos
    eram, as tuas faltas para comigo
    e as minhas; essa ênfase
    de rechaçar por timidez; solidão
    de fazer trepadeiras, agasalhos
    para velhos, depois para ...

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    Os Loucos

    António Osório
    Há vários tipos de louco.

    O hitleriano, que barafusta.
    O solícito, que dirige o trânsito.
    O maníaco fala-só.

    O idiota que se baba,
    explicado pelo psiquiatra gago.
    O legatário de ...

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    Sítio Exacto

    António Osório
    Sei que não acaba
    o teu prazer,
    nem o meu.

    Alguém
    ama connosco
    e nos leva
    ao sítio exacto
    das estações.

    Nem o sono
    depois nos pertence,
    quinhão de outros ...

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    Mãe que Levei à Terra

    António Osório
    Mãe que levei à terra
    como me trouxeste no ventre,
    que farei destas tuas artérias?
    Que medula, placenta,
    que lágrimas unem aos teus
    estes ossos? Em que difere
    a minha ...

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    Amar

    António Osório
    Amar não deve ser desfortuna.
    O cio transfunde
    a lagartixa e o homem
    na criação tenaz.
    E o buxo, o pólen
    e as primeiras folhas
    da vinha virgem. Amor
    não ...

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    Peso do Mundo

    António Osório
    A poesia não é, nunca foi
    uma enumeração ou composto
    de exuberância, bondade,
    altitude, nem arado
    ou dádiva sobre chão
    prenhe de mortos.

    Nem o arrependimento
    de Deus por ter ...

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    As Adolescentes

    António Osório
    A pele mosqueada da maçã reineta,
    um ar vago e doce, feliz.
    Subitamente correm como rapazes,
    são a corda do arco
    que se dilata e a seta do corpo
    chega ...

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    Cada Segundo

    António Osório
    Não desejo a indigência,
    a serenidade
    dos lugares desertados:
    desejo que cada segundo
    quando amo
    explodisse
    e fosse a terra
    em sua expansão
    durante a primeira noite,
    a gestante,
    do ...

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    Nascente

    António Osório
    Quando sinto de noite
    o teu calor dormente
    e devagar
    para que não despertes
    digo: cedro azul,
    terra vegetal,
    ou só
    amor, amor;
    quando te acaricio
    e devagar
    para que ...

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