Orlando Neves

Portugal — Escritor/Poeta/Dramaturgo/Tradutor

11 Set 1935 // 24 Jan 2005

20 Poemas

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  • Poemas

    O Sexo

    Orlando Neves
    Neste corpo, a densa neblina, quase um hábito,
    lentamente descida, sedimento e sede,
    subtilmente o acalma. Ancora que se desloca,
    movediça e infirme. Só no olhar, além

    da luz e ...

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    Todas as Noites me Sinto

    Orlando Neves
    Todas as noites me sinto
    igual aos desconhecidos.
    Sou a criança que sou,
    só quando o tempo pára.

    Fico em mim,
    fora dos músculos.

    Por que se movem os deuses ...

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    As Mãos

    Orlando Neves
    Brandamente escrevem dos espasmos do sol.
    Envelhecem do pulso ao cérebro, ao calor baço
    de um revérbero no eixo dos ventos, usura
    das máscaras que, sucessivamente, as transformam

    de consciência ...

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    As Lágimas

    Orlando Neves
    Exaltemos as lágrimas. Na pele das veias,
    bom dia, águas. Gratidão ao rosto, às cores,
    ao sulco nos olhos. Porquê este ardor, este
    temor da erva pisada? Adormecem comigo,

    meigas ...

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    O Coração - II

    Orlando Neves
    A solidão é perfeita como um rasgo entre
    as nuvens, ao último sonho. A solidão
    que se cala em teu fundo e vai envelhecendo
    na terra perdida do som descompassado. ...

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    O Medo

    Orlando Neves
    Que não se confunde. Por existir se ganha
    e nos pertence. Sílabas ou linguagem,
    busca o centro nas mãos, nos olhos, o contacto
    incessante. Percorre os muros da memória,

    na ...

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    Pandora

    Orlando Neves
    De repente,
    o corpo da mulher fulgura,
    pupila de deus,
    punhal ou bico,
    sede que chama.
    Pára em mim e deslumbra
    — nula possibilidade
    da lucidez.


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    Só de Restos se Consagra o Tempo

    Orlando Neves
    Só de restos se consagra o tempo, força
    cerrada na inutilidade destas
    cores campestres, quando o sol em Novembro
    escurece os sobreiros. Só de restos me
    espera a cerimónia de ...

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    A Dor

    Orlando Neves
    Que venha, refúgio ou insónia, futuro
    antigo e comece no campo ou no flanco, à
    direita, onde consome a alma, à esquerda
    onde exclama no corpo, na seiva ou no ...

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    À Morte

    Orlando Neves
    Tu que mísero vives
    no vão dos braços
    em súbito furor

    Tu de mãos cativas
    senhor dos ombros
    indefeso dador

    Tu que os dedos secas
    no liso peito
    armado amador ...

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