Eugénio Andrade

Portugal — Poeta

19 Jan 1923 // 13 Jun 2005

30 Poemas

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    Poema à Mãe

    Eugénio Andrade
    No mais fundo de ti,
    eu sei que traí, mãe

    Tudo porque já não sou
    o retrato adormecido
    no fundo dos teus olhos.

    Tudo porque tu ignoras
    que há leitos ...

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    Adeus

    Eugénio Andrade
    Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
    e o que nos ficou não chega
    para afastar o frio de quatro paredes.
    Gastámos tudo menos o silêncio.
    Gastámos os olhos ...

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    Urgentemente

    Eugénio Andrade
    É urgente o amor
    É urgente um barco no mar

    É urgente destruir certas palavras,
    ódio, solidão e crueldade,
    alguns lamentos, muitas espadas.

    É urgente inventar alegria,
    multiplicar os beijos, ...

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    Até Amanhã

    Eugénio Andrade
    Sei agora como nasceu a alegria,
    como nasce o vento entre barcos de papel,
    como nasce a água ou o amor
    quando a juventude não é uma lágrima.

    É primeiro ...

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    Procuro-te

    Eugénio Andrade
    Procuro a ternura súbita,
    os olhos ou o sol por nascer
    do tamanho do mundo,
    o sangue que nenhuma espada viu,
    o ar onde a respiração é doce,
    um pássaro ...

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    Os Amigos

    Eugénio Andrade
    Os amigos amei
    despido de ternura
    fatigada;
    uns iam, outros vinham,
    a nenhum perguntava
    porque partia,
    porque ficava;
    era pouco o que tinha,
    pouco o que dava,
    mas também só ...

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    As Palavras Interditas

    Eugénio Andrade
    Os navios existem, e existe o teu rosto
    encostado ao rosto dos navios.
    Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
    partem no vento, regressam nos rios.

    Na areia branca, onde o ...

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    O Silêncio

    Eugénio Andrade
    Quando a ternura
    parece já do seu ofício fatigada,

    e o sono, a mais incerta barca,
    inda demora,

    quando azuis irrompem
    os teus olhos

    e procuram
    nos meus navegação segura, ...

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    Retrato Ardente

    Eugénio Andrade
    Entre os teus lábios
    é que a loucura acode
    desce à garganta,
    invade a água.

    No teu peito
    é que o pólen do fogo
    se junta à nascente,
    alastra na ...

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    O Amor

    Eugénio Andrade
    Estou a amar-te como o frio
    corta os lábios.

    A arrancar a raiz
    ao mais diminuto dos rios.

    A inundar-te de facas,
    de saliva esperma lume.

    Estou a rodear de ...

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