Mesa dos Sonhos
Alexandre O'Neill
Ao lado do homem vou crescendo
Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente
Mesa dos sonhos no meu corpo vivem …
Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente
Mesa dos sonhos no meu corpo vivem …
Auto-Retrato
Alexandre O'Neill
O'Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é …
cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Se a visagem de tal sujeito é …
E de Novo, Lisboa...
Alexandre O'Neill
E de novo, Lisboa, te remancho,
numa deriva de quem tudo olha
de viés: esvaído, o boi no gancho,
ou o outro vermelho que te molha.
Sangue na serradura ou …
numa deriva de quem tudo olha
de viés: esvaído, o boi no gancho,
ou o outro vermelho que te molha.
Sangue na serradura ou …
Toma lá Cinco!
Alexandre O'Neill
Encolhes os ombros, mas o tempo passa...
Ai, afinal, rapaz, o tempo passa!
Um dente que estava são e agora não,
Um cabelo que ainda ontem preto era,
Dentro do …
Ai, afinal, rapaz, o tempo passa!
Um dente que estava são e agora não,
Um cabelo que ainda ontem preto era,
Dentro do …
A Morte, esse Lugar-Comum
Alexandre O'Neill
É trivial a morte e há muito se sabe
fazer - e muito a tempo! - o trivial.
Se não fui eu quem veio no jornal,
foi uma tosse a …
fazer - e muito a tempo! - o trivial.
Se não fui eu quem veio no jornal,
foi uma tosse a …