Morena
Abílio Guerra Junqueiro
Não negues, confessa
Que tens certa pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena.
Pois eu não gostava,
Parece-me a mim,
De ver o teu rosto
Da cor do jasmim. …
Que tens certa pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena.
Pois eu não gostava,
Parece-me a mim,
De ver o teu rosto
Da cor do jasmim. …
Regresso ao Lar
Abílio Guerra Junqueiro
Ai, há quantos anos que eu parti chorando
deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi há vinte?... Há trinta?... Nem eu sei já quando!...
Minha velha ama, que me estás fitando, …
deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi há vinte?... Há trinta?... Nem eu sei já quando!...
Minha velha ama, que me estás fitando, …
A Minha Filha
Abílio Guerra Junqueiro
(Vendo-a dormir)
Que alma intacta e delicada!
Que argila pura e mimosa!
É a estrela d'alvorada
Dentro dum botão de rosa!
E, enquanto dormes tranquila,
Vejo o divino esplendor
Da …
Que alma intacta e delicada!
Que argila pura e mimosa!
É a estrela d'alvorada
Dentro dum botão de rosa!
E, enquanto dormes tranquila,
Vejo o divino esplendor
Da …
Minha Mãe, Minha Mãe!
Abílio Guerra Junqueiro
Minha mãe, minha mãe! ai que saudade imensa,
Do tempo em que ajoelhava, orando, ao pé de ti.
Caía mansa a noite; e andorinhas aos pares
Cruzavam-se voando em torno …
Do tempo em que ajoelhava, orando, ao pé de ti.
Caía mansa a noite; e andorinhas aos pares
Cruzavam-se voando em torno …
Portugal
Abílio Guerra Junqueiro
Maior do que nós, simples mortais, este gigante
foi da glória dum povo o semideus radiante.
Cavaleiro e pastor, lavrador e soldado,
seu torrão dilatou, inóspito montado,
numa pátria... E …
foi da glória dum povo o semideus radiante.
Cavaleiro e pastor, lavrador e soldado,
seu torrão dilatou, inóspito montado,
numa pátria... E …
Vendo-a Sorrir
Abílio Guerra Junqueiro
(A minha filha)
Filha, quando sorris, iluminas a casa
Dum celeste esplendor.
A alegria é na infância o que na ave é asa
E perfume na flor.
Ó doirada alegria, …
Filha, quando sorris, iluminas a casa
Dum celeste esplendor.
A alegria é na infância o que na ave é asa
E perfume na flor.
Ó doirada alegria, …
A Escola Portuguesa
Abílio Guerra Junqueiro
Eis as crianças vermelhas
Na sua hedionda prisão:
Doirado enxame de abelhas!
O mestre-escola é o zangão.
Em duros bancos de pinho
Senta-se a turba sonora
Dos corpos feitos de …
Na sua hedionda prisão:
Doirado enxame de abelhas!
O mestre-escola é o zangão.
Em duros bancos de pinho
Senta-se a turba sonora
Dos corpos feitos de …
Evolução
Abílio Guerra Junqueiro
Arde o corpo do sol, brotam feixes de luz:
O que é a luz?
Sol que morreu.
Dardeja a luz, dardeja e pulveriza a fraga:
Vai nesse pó, que há-de …
O que é a luz?
Sol que morreu.
Dardeja a luz, dardeja e pulveriza a fraga:
Vai nesse pó, que há-de …
Adoração
Abílio Guerra Junqueiro
Eu não te tenho amor simplesmente. A paixão
Em mim não é amor; filha, é adoração!
Nem se fala em voz baixa à imagem que se adora.
Quando da minha …
Em mim não é amor; filha, é adoração!
Nem se fala em voz baixa à imagem que se adora.
Quando da minha …
O Teu Aniversário
Abílio Guerra Junqueiro
Pediste-me sorrindo, ó minha flor gentil,
Uns versos às tuas vinte alvoradas de Abril.
Vinte anos já!... não creio, estás equivocada...
Enganas-te. Eu irei perguntar à alvorada
Quantas vezes pousou …
Uns versos às tuas vinte alvoradas de Abril.
Vinte anos já!... não creio, estás equivocada...
Enganas-te. Eu irei perguntar à alvorada
Quantas vezes pousou …