Vítor Matos e Sá

Vítor Matos e Sá

Portugal — Poeta

20 Dez 1927 // 1975

10 Poemas

Poemas

Vítor Matos e Sá Para os Amigos

Vítor Matos e Sá
De entre todos, apenas vós
tendes direito a ver-me
fracassar. Onde caio
entre a vossa irónica
doçura implacável, convosco
partilho o pão e o espaço
e a rapidez dos olhos …

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Vítor Matos e Sá Amo-te Sempre

Vítor Matos e Sá
Amo-te sempre
com um pouco de barco e de vento
com uma humildade de mar à tua volta
dentro do meu corpo; com o desespero
de ser tempo;

com um …

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Vítor Matos e Sá Vem Ver a Minha Mãe

Vítor Matos e Sá
Está junto das coisas que bordaram
com ela os dias que supôs mais belos
e são a fonte de onde lhe começa
o branco tempo dos cabelos.

Mal pousa a …

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Vítor Matos e Sá Maternidade

Vítor Matos e Sá
Escuta, sorrindo,
a morte que bate
de leve em seu corpo
com ávidos, doces
punhos da infância;
com beijos que vão
enchendo seu rosto
de tempo e ternura;
e alimenta, …

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Vítor Matos e Sá Dá-me as Tuas Mãos

Vítor Matos e Sá
As mãos foram feitas
para trazer o futuro,
encurtar a tristeza, encher
o que fica das mãos
de ontem - intervalos
(duros, fiéis) das palavras,
vocação urgente
da ternura, pensamento …

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Vítor Matos e Sá Autobiografia

Vítor Matos e Sá
Estive convosco em muitas palavras.
Algumas levaram-me ainda mais perto.
Com outras fiquei apenas mais só.

De muitas não vi que rosto as guardava.
Por outras me dei a quem …

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Vítor Matos e Sá Poesia

Vítor Matos e Sá
é a visita do tempo nos teus olhos,
é o beijo do mundo nas palavras
por onde passa o rio do teu nome;
é a secreta distância em que tocas …

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Vítor Matos e Sá Devo-te

Vítor Matos e Sá
Devo-te tanto como um pássaro
deve o seu voo à lavada
planície do céu.

Devo-te a forma
novíssima de olhar
teu corpo onde às vezes
desce o pudor o silêncio …

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Vítor Matos e Sá Ontologia do Amor

Vítor Matos e Sá
Tua carne é a graça tenra dos pomares
e abre-se teu ventre de uma a outra lua;
de teus próprios seios descem dois luares
e desse luar vestida é que …

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Vítor Matos e Sá Veio Tudo de Longe

Vítor Matos e Sá
Veio tudo de longe para ser
uma só coisa, nupcial e magnífica.
Caminho e tenda. O mar. Livros. A indizível
matéria da dor. Ternura
cercada e repartida, pouco
a pouco, …

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