Lusos Heróis, Cadáveres Cediços
Manuel Bocage
Lusos heróis, cadáveres cediços,
Erguei-vos dentre o pó, sombras honradas,
Surgi, vinde exercer as mãos mirradas
Nestes vis, nestes cães, nestes mestiços.
Vinde salvar destes pardais castiços
As searas de …
Erguei-vos dentre o pó, sombras honradas,
Surgi, vinde exercer as mãos mirradas
Nestes vis, nestes cães, nestes mestiços.
Vinde salvar destes pardais castiços
As searas de …
Por esta Solidão, que não Consente
Manuel Bocage
Por esta solidão, que não consente
Nem do sol, nem da lua a claridade,
Ralado o peito pela saudade
Dou mil gemidos a Marília ausente:
De seus crimes a mancha …
Nem do sol, nem da lua a claridade,
Ralado o peito pela saudade
Dou mil gemidos a Marília ausente:
De seus crimes a mancha …
Adamastor Cruel! De Teus Furores
Manuel Bocage
Adamastor cruel! De teus furores
Quantas vezes me lembro horrorizado!
Ó monstro! Quantas vezes tens tragado
Do soberbo Oriente os domadores!
Parece-me que entregue a vis traidores
Estou vendo Sepúlveda …
Quantas vezes me lembro horrorizado!
Ó monstro! Quantas vezes tens tragado
Do soberbo Oriente os domadores!
Parece-me que entregue a vis traidores
Estou vendo Sepúlveda …
Aos Mesmos
Manuel Bocage
De insípida sessão no inútil dia
Juntou-se do Parnaso a galegage;
Em frase hirsuta, em gótica linguage,
Belmiro um ditirambo principia.
Taful que o português não lhe entendia,
Nem ao …
Juntou-se do Parnaso a galegage;
Em frase hirsuta, em gótica linguage,
Belmiro um ditirambo principia.
Taful que o português não lhe entendia,
Nem ao …
Gratidão
Manuel Bocage
A minha gratidão te dá meus versos:
Meus versos, da lisonja não tocados,
Satélites de Amor, Amor seguindo
Co'as asas que lhes pôs benigna Fama,
Qual níveo bando de inocentes …
Meus versos, da lisonja não tocados,
Satélites de Amor, Amor seguindo
Co'as asas que lhes pôs benigna Fama,
Qual níveo bando de inocentes …
O Céu, de Opacas Sombras Abafado
Manuel Bocage
O céu, de opacas sombras abafado,
Tornando mais medonha a noite fea,
Mugindo sobre as rochas, que saltea,
O mar, em crespos montes levantado;
Desfeito em furacões o vento irado; …
Tornando mais medonha a noite fea,
Mugindo sobre as rochas, que saltea,
O mar, em crespos montes levantado;
Desfeito em furacões o vento irado; …
Raios não Peço ao Criador do Mundo
Manuel Bocage
Raios não peço ao Criador do mundo,
Tormentas não suplico ao rei dos mares,
Vulcões à terra, furacões aos ares,
Negros monstros ao báratro profundo:
Não rogo ao deus do …
Tormentas não suplico ao rei dos mares,
Vulcões à terra, furacões aos ares,
Negros monstros ao báratro profundo:
Não rogo ao deus do …
Cede a Filosofia à Natureza
Manuel Bocage
Tenho assaz conservado o rosto enxuto
Contra as iras do Fado omnipotente;
Assaz contigo, ó Sócrates, na mente,
À dor neguei das queixas o tributo.
Sinto engelhar-se da constância o …
Contra as iras do Fado omnipotente;
Assaz contigo, ó Sócrates, na mente,
À dor neguei das queixas o tributo.
Sinto engelhar-se da constância o …
Já Sobre o Coche de Ébano Estrelado
Manuel Bocage
Já sobre o coche de ébano estrelado,
Deu meio giro a Noite escura e feia,
Que profundo silêncio me rodeia
Neste deserto bosque, à luz vedado!
Jaz entre as folhas …
Deu meio giro a Noite escura e feia,
Que profundo silêncio me rodeia
Neste deserto bosque, à luz vedado!
Jaz entre as folhas …
Autobiografia
Manuel Bocage
De cerúleo gabão não bem coberto,
passeia em Santarém chuchado moço,
mantido, às vezes, de sucinto almoço,
de ceia casual, jantar incerto;
dos esbrugados peitos quase aberto,
versos impinge por …
passeia em Santarém chuchado moço,
mantido, às vezes, de sucinto almoço,
de ceia casual, jantar incerto;
dos esbrugados peitos quase aberto,
versos impinge por …