
Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutra pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse ao abismo …
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutra pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse ao abismo …

É da torre mais alta do meu pranto
que eu canto este meu sangue este meu povo.
Dessa torre maior em que apenas sou grande
por me cantar de novo. …
que eu canto este meu sangue este meu povo.
Dessa torre maior em que apenas sou grande
por me cantar de novo. …

Herói é quem num muro branco inscreve
O fogo da palavra que o liberta:
Sangue do homem novo que diz povo
e morre devagar de morte certa.
Homem é quem …
O fogo da palavra que o liberta:
Sangue do homem novo que diz povo
e morre devagar de morte certa.
Homem é quem …

Desbaratamos deuses, procurando
Um que nos satisfaça ou justifique.
Desbaratamos esperança, imaginando
Uma causa maior que nos explique.
Pensando nos secamos e perdemos
Esta força selvagem e secreta,
Esta semente …
Um que nos satisfaça ou justifique.
Desbaratamos esperança, imaginando
Uma causa maior que nos explique.
Pensando nos secamos e perdemos
Esta força selvagem e secreta,
Esta semente …

Poeta é certo mas de cetineta
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
marciso de lombardas e repolhos.
Cozido à portuguesa mais as carnes
suculentas …
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
marciso de lombardas e repolhos.
Cozido à portuguesa mais as carnes
suculentas …

Namorados de Lisboa
à beira-Tejo assentados
a dormir na Madragoa.
Namorados de Lisboa
num mirante deslumbrados
à beira-verde acordados
namorados de Lisboa!
Ao domingo uma cerveja
uma pevide salgada
uma …
à beira-Tejo assentados
a dormir na Madragoa.
Namorados de Lisboa
num mirante deslumbrados
à beira-verde acordados
namorados de Lisboa!
Ao domingo uma cerveja
uma pevide salgada
uma …