
Na Hora do Vôo
(Aeroporto de Manaus)
É hora de voar!... Já nas alturas
O condor de alumínio as asas solta!
Como deixar-te, acreditando em juras
De quem se ausenta — sem saber se volta?!
Dentro em breve serei irmão dos astros,
Amigo da amplidão, filho dos ares;
Das nuvens entre os brancos alabastros,
Gaivota livre, sobre imensos mares…
Embalado no colo do infinito,
Com a cabeça roçando a imensidade,
Levarei no meu peito — um nome escrito!
Deixarei na tua alma — uma saudade!
Sigo em busca da Glória e levo a Crença
Que acende a fé no coração do moço…
— A noiva espera que o guerreiro vença
E abraça-se chorando ao seu pescoço!
Lá de outras plagas no calor da areia
— Bandeirante do Verso — irei pisar…
Se a mente queima o coração anseia
No mais nobre desejo de lutar!...
Pouco me importa que na estrada os danos
Apresentem seus múltiplos matizes…
Levarei meu protesto aos desumanos
E o meu canto de afeto aos infelizes!
E tu!... Tu vais ficar, jóia do Eufrates,
Peregrina do Hebron, flor da Judéia!
Parte o guerreiro para mil combates,
Fica a nova pensando na epopéia!...
Mas não soluces! Na distância imensa
Pensarei sempre em ti — por onde for;
O amor só morre se morrer a crença:
Vivendo a crença — também vive o amor!
22 de fevereiro de 1948.
É hora de voar!... Já nas alturas
O condor de alumínio as asas solta!
Como deixar-te, acreditando em juras
De quem se ausenta — sem saber se volta?!
Dentro em breve serei irmão dos astros,
Amigo da amplidão, filho dos ares;
Das nuvens entre os brancos alabastros,
Gaivota livre, sobre imensos mares…
Embalado no colo do infinito,
Com a cabeça roçando a imensidade,
Levarei no meu peito — um nome escrito!
Deixarei na tua alma — uma saudade!
Sigo em busca da Glória e levo a Crença
Que acende a fé no coração do moço…
— A noiva espera que o guerreiro vença
E abraça-se chorando ao seu pescoço!
Lá de outras plagas no calor da areia
— Bandeirante do Verso — irei pisar…
Se a mente queima o coração anseia
No mais nobre desejo de lutar!...
Pouco me importa que na estrada os danos
Apresentem seus múltiplos matizes…
Levarei meu protesto aos desumanos
E o meu canto de afeto aos infelizes!
E tu!... Tu vais ficar, jóia do Eufrates,
Peregrina do Hebron, flor da Judéia!
Parte o guerreiro para mil combates,
Fica a nova pensando na epopéia!...
Mas não soluces! Na distância imensa
Pensarei sempre em ti — por onde for;
O amor só morre se morrer a crença:
Vivendo a crença — também vive o amor!
22 de fevereiro de 1948.