
Lua Nova
(Ao Sr. Francisco de Barros Melo)
Por que é que a Lua Nova
Está bem delgadazinha,
Bem magrinha, bem fininha
Corno a mulher que eu quis bem?
Ah, sim... eu nem me lembrava
Que a lua é mulher também…
Ela está delgadazinha,
Bem magrinha, bem fininha,
De tanto ciúme que tem.
E essas nuvens de fumaça
Por que correm tão depressa?
Que velocidade é essa
Que lhes tange o fino véu?
É que elas são mensageiras,
Vivem de fazer “mandados”
Mexericando os recados
Dos namorados no céu.
E por que é que as estrelas
Estão bem apagadinhas,
Bem tristonhas, bem miudinhas,
Sem resplendor, sem farol?
Ah! Só eu sei que as estrelas
Também são apaixonadas,
São eternas namoradas
Do rosto branco do sol.
E o sol? Onde é que está ele
Que não vem ver as estrelas?
Porventura não quer vê-las,
Só por serem nacionais?
Terá ido amar aquelas
Do firmamento estrangeiro?
Não! Que as do céu brasileiro
São mais lindas... muito mais!...
Ele foi dar uma volta
Em torno de toda a Terra
Mas amanhã sobre a serra
Nascerá com o mesmo ardor…
E se as estrelinhas choram
Porque o sol não pode vê-las,
É que até mesmo as estrelas
No Brasil têm mais amor!
Ceará, 1944.
Por que é que a Lua Nova
Está bem delgadazinha,
Bem magrinha, bem fininha
Corno a mulher que eu quis bem?
Ah, sim... eu nem me lembrava
Que a lua é mulher também…
Ela está delgadazinha,
Bem magrinha, bem fininha,
De tanto ciúme que tem.
E essas nuvens de fumaça
Por que correm tão depressa?
Que velocidade é essa
Que lhes tange o fino véu?
É que elas são mensageiras,
Vivem de fazer “mandados”
Mexericando os recados
Dos namorados no céu.
E por que é que as estrelas
Estão bem apagadinhas,
Bem tristonhas, bem miudinhas,
Sem resplendor, sem farol?
Ah! Só eu sei que as estrelas
Também são apaixonadas,
São eternas namoradas
Do rosto branco do sol.
E o sol? Onde é que está ele
Que não vem ver as estrelas?
Porventura não quer vê-las,
Só por serem nacionais?
Terá ido amar aquelas
Do firmamento estrangeiro?
Não! Que as do céu brasileiro
São mais lindas... muito mais!...
Ele foi dar uma volta
Em torno de toda a Terra
Mas amanhã sobre a serra
Nascerá com o mesmo ardor…
E se as estrelinhas choram
Porque o sol não pode vê-las,
É que até mesmo as estrelas
No Brasil têm mais amor!
Ceará, 1944.