Vergílio Ferreira

Vergílio Ferreira

Portugal — Escritor

28 Jan 1916 // 1 Mar 1996

9 Poemas

Poemas

Vergílio Ferreira Cai a Chuva Abandonada

Vergílio Ferreira
Cai a chuva abandonada
à minha melancolia,
a melancolia do nada
que é tudo o que em nós se cria.

Memória estranha de outrora
não a sei e está presente. …

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Vergílio Ferreira Por Entre os Sons da Música

Vergílio Ferreira
Por entre os sons da música, ao ouvido
como a uma porta que ficou entreaberta
o que se me revela em ter sentido
é o que por essa música encoberta …

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Vergílio Ferreira Que Há para Lá do Sonhar?

Vergílio Ferreira
Céu baixo, grosso, cinzento
e uma luz vaga pelo ar
chama-me ao gosto de estar
reduzido ao fermento
do que em mim a levedar
é este estranho tormento
de me …

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Vergílio Ferreira Só nos Pertence o Gesto que Fizemos

Vergílio Ferreira
Só nos pertence o gesto que fizemos
não o fazê-lo como, iludida,
a divindade que em nós já trouxemos
supõe errada (e não) por convencida.

Porque o traçado nosso em …

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Vergílio Ferreira Veio Ter Comigo Hoje a Poesia

Vergílio Ferreira
Veio ter comigo hoje a poesia.
Há quantos anos? Desde a juventude.
Veio num raio de sol, num murmúrio de vento.
E a ilusão que me trouxe de uma antiga …

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Vergílio Ferreira Retomo ao Ponto de Partida

Vergílio Ferreira
Retomo, pois, ao ponto de partida
como um presente, o ponto de chegada.
Entre um começo e outro não há nada
Excepto o nada da vida vivida.

Desgaste, corrosão do …

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Vergílio Ferreira Sinto na Angústia o Quem me Lembrasse

Vergílio Ferreira
Sinto na angústia o quem me lembrasse
e do lembrar a mim como uma ponte
onde de noite já ninguém passasse
viesse a notícia desse outro horizonte

em que o …

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Vergílio Ferreira Joga Todo o Teu Ser na Breve Ideia

Vergílio Ferreira
Joga todo o teu ser na breve ideia
que incerta entre o corrente te procura
pra lá do que banal te prende e enleia
e pelo destacá-la emerge pura.

Fazê-lo …

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Vergílio Ferreira Fímbria de Melancolia

Vergílio Ferreira
Fímbria de melancolia,
memória incerta da dor,
ouço-a no gravador,
no fado que não se ouvia
quando ouvia o seu clamor.

Porque era já no passado
o presente dessa hora …

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